algo no caminho



Lados. Num deles, alguns sujeitos tristes habitam, do outro, é a tristeza, como palavra encarnada, opondo-se à definição, passeando ao redor do vazio do sentido, em trânsito: perpétuo. Agosto. Janeiro. Meses abençoados, frio, chuva, ardência de couro e silêncio. Surpresas. Em agonia, acaricia aflições no escuro canto da sala, imberbe, e a postura revela um homem intacto, o escuro algodão da charmosa calça torneada é impiedoso, porém, na solitude do quadro indesejável, se encarado, se esmiuçado, dou-me de cara com a fronte de um jovem confuso, na fronteira do, estado, delirante, repensando seus atos, rezando pelo perdão de contradições, outrora sublime eufemismo para pecado. Pecado que o constrange, que o abusa, que o fez verdadeira vítima, então e, portanto, na viscose azul-marinho da camiseta há de haver: claridade para todos os enigmas, quem sabe. Ou palavra da (imaginária) amada, que o confortaria imensamente: recifes. Não vale a pena se preocupar, pensa, tenta não se preocupar, fracassa, por que, não há escassez quando o objeto é a ansiedade; queria o corpo dela, e só o dela, Ela e só: o tudo que sem dúvidas o bastaria. Desistiu de sonhar; deitou-se na cama, envelopado pela luz difusa das dezoito horas, se m. Estranhos regozijos. O erotismo da própria sensualidade não foi suficiente, não lhe fez independente; pelo contrário: a quis ainda mais. Perdeu o rosto, perdi. Perdemos. Escolho a deriva. Amargura no céu da boca. Diz. Enquanto o céu está, escuro. E está. E tenta tocar o céu, e persiste na imaginação da estranha coisa. E fracassa, e se ama. E escuta sua pele, translúcida, agora, quase-escura, nunca ocre, jamais branca, desde o princípio, à eternidade, e a pele sussurra: esquecimento. O mar bate nas pedras. Ensurdece outra vez. Morre a noite.

A avenida. Boca, tépido, carícia do ar, não é preciso o choro, ridículo, basta meu corpo, a fumaça enrola o escuro, não estremece: segue, altivo, como se fumar fizesse o anoitecer da cidade, cidade sonhada que o conduz, insuportável. Passa por mim um homem, que carrega, sombra, uma cruz, e anda, com o queixo, sombra, virado ao chão, rumores, presságios, espumas, quem sabe: sombra, soube. Um dia hei de acabar num caixão também, peguei sua mão e a beijei. Tentativa de consolidação, que acaba na mesma coisa. Um silêncio tão raro. E se estou a perdendo, então não há nada mais que eu possa dizer. Não há resposta.













































































Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Romantic Times