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Mostrando postagens de fevereiro, 2021

Um silêncio tão raro

Eu queria contar sobre um sonho, eu estava ali, e tudo começou quando eu estava tendo problemas para dormir. Há uma luz que entra em casas sem nenhum interesse para com outras casas. Enquanto conto saiba que sinto calor e hedonismo. As costuras dos corpos, difusas, fragmentadas, não me permitem a recordação, mas um homem me acompanhava. Seu desgosto por mim era imenso, da sua boca: silêncio, tépido. A aparência familiar. Instável. Escrevia sobre uma mesa. Um espelho nos fazia companhia, do lado direito. Parecia concentrado, li de relance algumas linhas do que escrevia, nada impressionante. O julguei. O respeitei ainda menos. Sua feição indicava, lentamente, a frustração urgente, a carne triste que me distancia… intrometida com a beleza enigmática, do olhar cego, diminuí apoiado na mesa, claro, arqueando os ombros, perdendo dignidade. O homem pede dois sorvetes. Eu não como sorvete. Quero vomitar. Vomito. Volto do banheiro, sento, duas mulheres estão com os sorvetes, sorrindo, rindo,