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Mostrando postagens de novembro, 2020

rascunho 0008

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rascunho 0007

Quando pensa nela, recorda de todo um cheiro particular, que lhe faz pensar em w. kandinsky, pois é um cheiro que conheceu em janeiro e representava todas as expectativas que um poderia ter.  É quase meia-noite. Sentado no banco da igreja, contando os ponteirinhos, extemporâneo lugar, eu sei; e pensando em como seria virar aquele ano com ela. Aos poucos tudo se esfacelou, e agora? Agora a timidez tomou conta de tudo, as admirações se foram, as possibilidades se ampliaram, a realidade murchou. Por agora, só sobra no peito o peso, que é saber ser, só, outro canalha, ou coisa parecida.

rascunho 0006

Sussurros dizem que enquanto a expressão doce melancolia existir, gente como eu e você vai continuar nesse sofrimento. Em nossa guerra às drogas. Hoje é dia de data mórbida e há particular razão para discutir isso com alguém? Coisíssima nenhuma. Até porque, não existe esse alguém. E tanto faz que somos todos alguém. Segundo minhas raízes (ele não as tem, verdadeiramente) irei em breve me afetar, por semelhante sonho do dia de ontem.

rascunho 0005

E veio aquele beijo. Meia-noite e os carros estão a zanzar, calçada, de pedra, do centro, zunindo os saltos, da Vanessa, que decidiu ir ao bar ao invés de ver um filme qualquer com um outro, qualquer, e agora seduz a amiga, a Clara, pois tem esse interesse tímido em vê-la nua. Ou voltar, à pista, ficar descalça e andar pelo concreto, com cheiro de pó e obscuridade, na ponta dos pés, belos, desde que cada passo dure menos que um dó menor bem tecladinho, e que a meia-calça, meia-fina, claro, não desfie, por acidente. Arranje seu ingresso para aquelas rodas do espaço, enquanto há tempo.

rascunho 0004

meu amor imenso, me disse que a verdade estava em berlim, quando, no ruído, vazio, pensei em todos os vermes e em todas as saudades, insólitas, imberbes, e me lembrei, que para a verdade há cura, quem sabe. para esse amor, garanto, cuidadoso, não há.    

rascunho 0003

Ela está cansada da comida inútil, q atrofia o corpo & cava um hiato no mundano espírito; cansei-me também das dependências da emoção: como eu queria, sem me preocupar, andar por essa cidade, pulsando sangue num coração de gelo, em mim — mas, tudo há de derreter, dizem; e congelar: mas daí sussurram. Acontece que estes acidentes já nos são mais que coisas corriqueiras, são agora parte dos sorrisos, parte dos charmes, da elegância, da sintaxe carregada que insiste em se fazer presente nos livros lidos, e, não, eu não li todos os livros. Desgosto de vela apagada, que submerge por baixo d’uma anuviada admiração às palavras de ordem: negativas; e a erótica segue sendo coisa mais cobiçada, com idêntico q de estranhamento: com álibi prematuro e eterno de água lágrima. Na carta, me recordo que ela disse talvez coisa assim parecida: “o fragmento, as fragmentações, elas vêm (amar concerne o trajeto, se necessário); mas sem se apavorar com a velhice: até porque teus cabelos sempre estarão no

rascunho 0002

bem, é tudo verdade. A começar pelos acidentes, pelos traumas, pelas convulsões. Nessa cidade não há espaço p/ pontes grandiosas e túneis. Salpicamo-nos então sobre a vertente do aperto. Sabe que seu mundo ideológico está num século passado, preso, mas liberto. & sabe q seu corpo está no século que deve estar, solto mas preso — e assim por diante às vezes a palavra é excessiva. Quero silêncio, e o mundo diz, para minha cabeça:                eis outro cho-