da linguagem sem imaginação, 1

 


Sobre a criatura planificada que ali espera e ali mastiga pensamentos: as cartas não dão os preços. É claro que no que concerne o voyeurismo, tudo é belo, tudo é belíssimo, mas tudo também, à medida que os filmes acabam e começam, tudo é comuníssimo. Não é raro ver roupas íntimas sendo jogadas no meio da sessão, no ápice do escuro, para os altos, e depois, quando o desejo esfria, saciado quem sabe (apesar do notório desconforto das poltronas), vemos os corpos nus recolhendo sutiãs, com timidez: delineados pelo brilho da projeção: sombreados. Penso comigo: o verdadeiro “cinéma du corps”.

No clarão do fim, quando me aproximo deste ser místico, que ali no pouco radioso canto esperou de pé com a companhia solitária dos cigarros, por vários graus do ponteiro, me deparo: com a greta garbo da crônica fria de c. drummond. Usando do tempo para apagar suas dúvidas.

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